quinta-feira, 29 de outubro de 2009

paixão inenarrável a que vivo hoje por ti.
'mas vocês nunca se pareceram sequer próximos...'
verdade, nunca me imaginei tão vidrado por ti.
desde pequeno criado para ingorar-te, talvez até te odiar. talvez o país inteiro, se pudesse vir até mim, viria dizendo 'não, ela não presta, e quem admira ela não é exemplo de nada. não tem um que se salve.'
pois bem, desde então cada dia mais eu fiquei mais intrigado.

porque diabos não gostar,
não me permitiria te amar,
se à distância tu sempre fostes tão agradável?
se parece tão semelhante em alguns aspectos meus e tão completante em outros que me faltam...
não entendo mesmo, será que chegar perto de ti me faria tão mal?
ou melhor: não entendia.

pois no verão eu decidi.
sim, eu devo ignorar o bloqueio, passar com a caminhonete por cima da cancela, como nos filmes. arrombar o portão de acesso à pista do aeroporto e invadir aquele vôo.
eu precisava te conhecer.
de uma forma ou de outra, sem que ninguém soubesse, eu sempre mantive essa curiosidade. e cultivei, com doses cada vez maiores de nutrientes.
até conhecer amigos mais recentes, e um par de outros que aceitaram me ouvir e vieram me apoiar. não aqueles que me poluíam a cabeça com palavras vermelhas, mas estes que me abriam os olhos, talvez para apontar-me o céu e o mar azuis, quiçá um reflexo dos olhos felizes teus. de longe nunca vi a cor, nunca sequer senti teu cheiro, o ar que te cerca. e agora estava prestes até mesmo a sentir tua temperatura!

sim, minha querida, eu te amei por muito tempo sem sequer ter conhecido, e agora admito tudo.
nesse vôo, nessa aventura que é correr atrás de ti contrariando a todos, com apoio de uns que outros.
os de longa data dizendo 'que peito tu tens de ignorar a todos nós e aceitar dicas destes novatos?'
eu lhes respondi, gritando:
- sim, eu enfrento, porque todo louco resignado seguirá louco calado e morrerá louco triste, marcado na linha do tempo. eu quero ser o louco que é mais louco por não aceitar a palavra repetitiva de vocês, por levantar-me do sofá, ir correndo viver feliz, e ser o louco que não morrerá sem experimentar, mas o que ficará pra sempre na memória por ELA, e morrerá mártir como os grandes.

(...)

enfim, cheguei.
'ahora si, yo y vos. vos y yo.
mi Buenos Aires QUERIDA!'