quinta-feira, 6 de maio de 2010

seis de maio.

cara
esses dias tava falando com o rafael
é estranho tu ai
tipo, pelo quarto é muito bom, o quarto é meu, tenho as duas cadeiras pra por roupa
mas é estranho tu não estar la em casa.
varios dias acordei
e olhei pra tua cama
pra não pisar em ti quando descia
ou arrumar as mesas de fim de semana
sem ti.
é muito diferente.
o cara sente saudade, mas e controlavel
o que é incontrolavel é a falta 
mauro: entendo perfeitamente
mauro: é foda.
hehehe
cara não se acustuma que tem que por um prato a menos
mauro: eu volto, broder
mauro: relaxa

na verdade, isso sim é saudade incontrolavel.
a primeira vez na vida que tu me fez chorar e nao foi me machucando.
exatamente no dia que eu dei meu primeiro beijo, dez anos atras.
seis de maio. que belo dia.

terça-feira, 4 de maio de 2010

¿Interrogaçoes?

Oi, muito prazer.
Eu ja nao sei quem tu es?
Venho de longe, muito longe.
Eu ja nao sei quem tu es?
De uma viagem bem longa.
Eu ja nao sei quem tu es?
Passei por muitas culturas, muitos lugares.
Eu ja nao sei quem tu es?
Subi e desci, do calor ao frio.
Eu ja nao sei quem tu es?
Me queimei com o fogo e gelei com a neve.
Eu ja nao sei quem tu es?
Fui do ceu ao inferno e agora sou outro.
Eu ja nao sei quem tu es.

Tu sabes quem tu es?
Eu, ja. Nao sei quem tu es.
Tu sabes quem tu es?
Eu ja nao. Sei quem tu es?
Tu sabes quem tu es?
Eu sou a mesma, nao sou?
Tu sabes quem tu es?
Achei que eu nao fosse mudar pra ti.
Tu sabes quem tu es?
Achei que por ti eu nao mudaria.
Tu sabes quem tu es?
Pelo menos te garanto que nao foi proposital.
Tu sabes quem tu es?
Eu ja nao sei quem tu es.

Perguntava a consciencia,
e replicava a inconsciencia,
martelando meu sonho esferico no travesseiro plano,
fazendo o planisferio do meu cerebro girar em sonhos.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

maldita espera

tu nao sabes o que me ocorreu.
nao tens ideia do que descobri com um amigo meu.
passar tanto tempo aqui,
tanto tempo longe de ti,
e sabendo quando voltarei
pra minha cidade, meu canto, meu lar.

em poucas horas de conversa
com este irmao meu, um comparsa,
falamos sobre futebol, familia,
politica, mulheres e... azia.
nao sei de que jeito voltarei
pra minha cidade, meu canto, meu lar.

sugeri a ele 'che, um trago?'
pra esvair aquele choro, meu embargo.
porque homem que é homem nao chora,
mas no alcool nao sente a demora
de saber quando retorna
pra sua cidade, seu canto, seu lar.

depois de pedir-lhe desculpas:
'amigo, isso fica às escuras!'
'descansa, irmao de viagem.
esquece tamanha bobagem.'
me disse, rompendo a vergonha.

me disse 'te ajeita, te apruma,
relaxa que em julho tu ruma'
e eu aqui penso 'é verdade'
pensando na minha beldade.
e sei que vou retornar
pra nossa cidade, nosso canto, nosso lar.